Vivemos na era da conectividade. Hoje, tudo está conectado o tempo todo. Sua geladeira com seu celular, sua televisão com seus aplicativos do tablet. Mas estar conectado é algo que vai além de dispositivos. Essa nova era mudou nosso jeito de pensar e nossa forma de nos comunicar. Há quem diga que vivemos já em um cenário do pós-humano, no qual o homem não consegue se dissociar mais das tecnologias e sua vivência está intimamente relacionada ao mundo digital, de forma que ele se vê, em alguns momentos, em um cenário de crise de identidade individual.
As redes sociais foram um importante mecanismo que ajudou a instaurar essa nova era e alterou duas grandes variáveis da vida humana: o tempo e o espaço. Com elas, também veio uma nova responsabilidade (e desafio!) para os times de marketing das empresas. Como lidar com esse novo mindset? Como me adaptar ao novo cenário?
Hoje percebemos que as marcas se sentem impelidas a participar desse movimento, a se conectar. Mas, na grande maioria das vezes, elas não estão preparadas para essa conexão. É aí que muitas vezes nos vemos em um cenário de síndrome do objeto brilhante.
Estar nas redes sociais porque todo mundo está, porque o presidente da empresa pediu, não é suficiente. Na verdade, é absurdo.
As marcas precisam, primeiramente, pensar se elas conseguem produzir um conteúdo interessante para o seu público, ou até mesmo descobrir se o público ao qual ela se relaciona está presente nas redes sociais.
Uma marca do interior do Amapá, por exemplo, onde a internet possui péssima conexão e são poucas as pessoas com acesso realmente precisa de um site? Fazer folhetos promocionais não é muito mais interessante para ela?
A cultura da conexão força as marcas a entrarem em um cenário que elas, muitas vezes, não vão conseguir dominar. Nem tudo precisa acompanhar as tendências, as últimas novidades do meio tecnológico. E as marcas precisam compreender isso.
Estar nas redes sociais é viver um contínuo processo de reciclagem A partir do momento em que se aventura nas redes sociais, a marca deve estar preparada para mudar seu mindset, se reinventar. Isso porque redes sociais não são ferramentas, são formas de pensar. Aqui está o primeiro questionamento: sua empresa tem flexibilidade e maturidade para se reinventar a qualquer instante? Ela consegue acompanhar tendências em tempo real?
Se engajar em um assunto depois que ele passou não faz a mínima diferença. Na verdade, fica feio. Muito feio. Então, dependendo do seu posicionamento no mundo digital, estar sempre conectado e antenado é essencial. Sua marca está preparada para isso? O seu time está?
As redes sociais surgiram como um canal de interação social. Seja ela qual for, ela não foi criada para ser um suporte para a sua marca. Ela é uma intrusa nesse meio. E como premissa, ela é propícia à interação.
Agora pense: sua marca está pronta para interagir e reagir aos comentários e reações dos seus seguidores? Não basta ter uma pessoa na equipe responsável pelo SAC 2.0. Vai além disso.
As redes sociais instauraram uma cultura colaborativa. Elas diminuíram as barreiras de tempo e espaço. Isso significa que não basta responder o comentário. Ele tem que ser respondido de forma imediata, em tempo real, o que exige ter uma identidade muito clara e uniforme com a postura da marca mesmo no mundo offline.
Podemos citar como exemplo a postura do Ponto Frio nas redes sociais. Quem não ama o famoso pinguim no Twitter? Porém, se você vai a alguma loja da empresa, se depara com um cenário 100% engessado. Cadê a coerência? Por isso, aqui vai o próximo passo para refletir antes de se aventurar nas redes sociais.
Manter a identidade da marca e se abrir ao usuário é um desafio muito grande. Mais difícil ainda é quando a marca não possui identidade. Ela acaba perdendo a sua consistência com o tempo e passa a propagar um discurso vago, que poderia ser feito por qualquer outra pessoa. E isso nas redes sociais, não dá.
Como já falamos acima, as redes sociais propiciaram que vários atores participem da cena, do diálogo, do conteúdo. Sua marca consegue ter um posicionamento firme e uma linguagem adequada para lidar com todas as variáveis desse processo?
Outro ponto muito importante é avaliar se a sua empresa possui um conteúdo que, de fato, vale ser compartilhado com os usuários, que agregue valor a ele de alguma forma, que contribua e que se adeque ao perfil da sua persona.
Estar nas redes sociais e não falar de personas é quase impossível. Os dados devem ser seus aliados e uma série de fatores deve ser considerada na hora de criar conteúdo: como é o acesso à internet do seu público? Quais dispositivos eles usam para se conectar? Essa pessoa estará online no horário de trabalho ou no ônibus? Quais os formatos de conteúdos mais os atraem? E uma série de outros fatores que não cabe citar aqui.
Estar nas redes sociais põe como pressuposto uma série de riscos a serem corridos. Por isso, antes de entrar na onda da era da conexão e fazer um Blog, Facebook, Twitter ou o que for para uma marca, pense e avalie todos os possíveis cenários.