Desde o boom da internet, nos anos 2000, é perceptível as mudanças que aconteceram nos veículos de comunicação de massa, como jornais, rádios e TV, como a inclusão de sites conectando as emissoras e grandes jornais; interação do público através de redes sociais; adaptação de conteúdo, entre outras.
Isso porque a internet, diferente dos grandes veículos de comunicação, permite a propagação de inúmeros conteúdos sem que seja preciso acompanhá-los desde o começo, como um canal no YouTube, diferente de uma novela. Do mesmo modo, é possível escolher o dia e horário mais adequado para assistir aquilo que tanto almeja, como na TV a cabo e, mais recentemente, nos serviços de streaming.
O que acontece é que a internet permitiu uma comunicação de mão dupla. Algo que não existia antes na TV e outros MCM (meios de comunicação de massa), tornando-a um lugar especial para se comunicar com potenciais clientes.
Com a intenção de acompanhar os avanços tecnológicos, as emissoras de televisão apostaram na personalização de conteúdo para os públicos mais diversos, assim como propostas mais interativas para seus telespectadores.
Concomitante às adequações da TV ao perfil do público, a internet surgiu, possibilitando tudo que os veículos anteriores tentavam fazer: informações disponíveis a qualquer lugar, individuais e de acordo com as necessidades de cada um. Mostrando, assim, algo que vai além de novos formatos propostos por emissoras: a interatividade.
O avanço tecnológico, os preços dos aparelhos necessários para o acesso à internet têm diminuído, assim como o custo de acesso à rede cobrado pelas operadoras telefônicas. A internet passou, então, a estar cada vez mais ao alcance das pessoas.
Segundo o IBGE, entre os anos 2000 a 2014, o número de usuários de internet no Brasil cresceu de 6% da população (aproximadamente 8 milhões, àquela época) para 55%, quase 80 milhões (no último estudo).
Levando em consideração o atual panorama da internet e de acordo com os últimos números, o consumo de vídeos pela internet ultrapassou pela primeira vez o da televisão, de acordo com o estudo “IMS Video in LatAm”, elaborado em 2015. A pesquisa mostrou que no Brasil, existem mais pessoas assistindo videos on demand (VOD) do que TV aberta: são 82% contra 73%. Não só isso, essas pessoas gastam mais de 13 horas assistindo VOD por semana, 8,1 horas.
Nos últimos tempos, plataformas de vídeo como o YouTube caíram ainda mais no gosto das pessoas, segundo a empresa, o crescimento alcançou 60% apenas 2014 em relação ao ano anterior. No mundo, o YouTube já alcança 1 bilhão de usuários por mês, se tornando uma plataforma de integração e produção de conteúdo visível e atrativa.
Com a internet, surgiu a possibilidade de veicular vídeos amadores e profissionais de jeito ágil e prático. Entretanto, sem perder a capacidade de disseminar parte de seu conteúdo na web, a televisão tem ganhado um público novo nas plataformas digitais, encontrando novas fórmulas de sucesso, trabalhando estratégias integradas para participar da conversa com o usuário, como é possível ver a integração de redes sociais nos programas de TV, conteúdos exclusivos de programas televisivos na Web, salas de bate-papo após uma entrevista em um telejornal, por exemplo.
No Relatório de Tendências de Consumo em TV e Vídeo de 2012, 62% das pessoas que responderam ao questionário afirmaram que assistem aos programas televisivos enquanto usam redes sociais.
Isso acontece porque enquanto um telespectador assiste ao programa televisivo, pode comentar sobre ele nas redes sociais, além de acessá-lo posteriormente em uma página na web.
Atualmente, diversos programas de entretenimento da TV exibem inúmeros comentários de usuários que falam sobre eles durante sua transmissão. O fenômeno da segunda tela só é conhecido porque se torna essencial o uso de redes sociais como Twitter, Facebook e Snapchat para complementar o momento do consumo na TV.
Dá só uma conferida no gráfico que mostra a frequência do uso de dispositivos eletrônicos quando assistem TV:
Dados do comScore de 2014 mostram que 76% dos internautas fazem uso de pelo menos um dispositivo enquanto assistem TV, contra 73% do ano anterior. O aumento veio dos smartphones.
Agora, perceba que a atenção dos usuários não está voltada para a TV, mas para os dispositivos: